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Libertas, que sera tamem

Adur Online

Análises em debate – 21/04/2020

Por Lúcia Ap. Valadares Sartório¹

Hoje não interessa muito lembrar que a elite brasileira, personalizada no Véio da Havan, se posiciona diante dos EUA com uma idolatria e subordinação vergonhosa. Hoje também é preciso não sofrer tanto com o fato de que o Todos Pela Educação, da FIESP, e Jorge Paulo Leman, através de sua Fundação Leman, atuam juntos ao MEC para impor um projeto privatista, levando a cabo de vez qualquer resquício de Ensino Público em nosso país, para exercer, enfim, o pleno controle das esferas públicas e o domínio direto sobre toda a sociedade.

Hoje é melhor pensar sobre o significado do dia 21 de Abril, feriado criado no dia 9 de dezembro de 1965, no início da ditatura militar, sob o governo Castelo Branco, quando ainda prevalecia algum resquício de Brasil, a esperança de se consolidar uma nação soberana, como anunciado no belo hino nacional, pois o que veio a se configurar depois, foi o pleno horror, a negação da vida em nome da acumulação de capital.

O que veio a ser consolidada com a ditadura militar, endurecida e aprofundada com o AI-5, foi a transferência de fundos públicos para alavancar a burguesia nacional, o FGTS criado em 1966 para financiamento de mansões e parcos investimentos às residências populares pelo BNH, fundo público constituído com o suor dos trabalhadores. O que veio depois foi a perseguição pura e simples, tortura e assassinato das vozes questionadoras, contrárias ao projeto instaurado para ampliação da concentração de riqueza e aprofundamento da exclusão social – fome e miséria da população –, através da manutenção do desenvolvimento subordinado aos países centrais e, particularmente, aos Estados Unidos.

Não por acaso, como fruto daquele período, o Brasil caiu na areia movediça da dívida externa e nunca mais saiu; os bilhões pagos regularmente ao FMI nem sequer são lembrados hoje. Os inconfidentes foram mais corajosos, autênticos humanistas, na luta contra o domínio português.

Em nossa infância, geralmente quando se faz o catecismo, os primeiros passos para seguir a ética cristã, absorvemos os dez mandamentos como princípio, cada qual com um sentido profundo, como o segundo preceito “Não usar o nome de Deus em vão”, conduta que deve prevalecer para outras esferas da vida, pois não se deve agir em nome da pátria amada para impor a seu povo a opressão, a exploração, a negligência e a morte.

O sonho de se ter uma pátria liberta da tirania portuguesa, movimento encabeçado pelos inconfidentes, nutridos pelo ideário iluminista em nome das luzes, isto é, do pleno conhecimento, Estado de direito, democracia, liberdade, fraternidade, igualdade, e supressão do Antigo Regime marcado pelas monarquias absolutas, pleno domínio da nobreza feudal, fez recair sobre Joaquim José da Silva Xavier o esquartejamento.

Não é possível lidar com uma realidade que preserva estruturas de dominação, com o aprimoramento de suas formas e recursos para manter a sociedade sob o jugo de um sistema que tem por objetivo a apropriação permanente de riquezas sociais originada na expropriação da força de trabalho.

Libertas, que sera tamem! Liberta que serás libertado; ame que serás amado; ampare que serás amparado; desenvolva, que serás desenvolvido. Superar a mediocridade é preciso, contra todas as forças das trevas e do submundo da estupidez patriarcal, para trazer de volta luz, a generosidade, o respeito, o direito à vida, à saúde, ao trabalho digno, ao lazer, à moradia, o direito de ser indivíduo plenamente constituído, livre, autêntico, participativo, sujeito ativo de sua própria história e engajado na história da humanidade, pertencente à sociedade humana, à humanidade socializada, como ressalta Marx na 10ª tese sobre Feuerbach. Os sonhos existem para serem concretizados!


[¹] Professora do Departamento de Teoria e Planejamento de Ensino da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, cientista social, mestre em Filosofia, doutora em Educação e coorganizadora das seguintes obras: Política Educacional e Dilemas do Ensino em Tempos de Crise – Juventude, Currículo, Reformas do Ensino e Formação dos Professores (Editora Livraria da Física); Escola Pública: Duzentos Anos de História – Constituição e Adversidades sob o Jugo do Capitalismo (Editora Brazil Publishing) e Marx e as Questões as Questões Contemporâneas (Editora Brazil Publishing).

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